Efeitos da altitude


Em altitude há um aumento no ritmo da respiração e do batimento cardíaco, é comum também experimentar dor de cabeça, insônia, apnéia durante o sono, tosse, perda de apetite, enjôo, vômitos, diminuição da coordenação motora e fadiga. A urina, que no processo de aclimatação tende a aumentar, agora diminui devido à desidratação que o corpo passa. Em altitude o ambiente externo, muito seco e de baixa pressão, "suga", quase que por osmose, o líquido em nosso corpo. Perde-se muita água apenas respirando. É muito importante manter-se bem hidratado, mesmo quando não há sinais de sede. É recomendável também evitar bebidas alcólicas, pois o alcool contribui na desidratação.

A síndrome de altitude pode se agravar para um edema pulmonar e/ou cerebral. Fluídos invadem os pulmões, causando crises de tosse fortíssimas e eventualmente podendo literalmente afogar a pessoa. No caso de edema cerebral há uma dilatação do cérebro (também devido ao vazamento de fluídos) no compartimento rígido do crânio, causando fortes dores de cabeça, perda de coordenação e incapacidade de raciocínio. Ambos os casos de edema, se não tratados a tempo, podem levar à morte.

Para a melhora desses sintomas existem algumas drogas que podem ser administradas, mas o tratamento ideal (quando possível) é simplesmente baixar de altitude. Existe um velho ditado de montanha que serve de receita a uma boa aclimatação: Suba alto durante o dia, durma baixo à noite (climb high, sleep low).

Cada pessoa responde de forma única à altitude, a própria genética determina em parte a facilidade ou dificuldade nessa adaptação, mas de forma geral a aclimatação se torna mais eficiente quando feita de forma gradual e quando a pessoa está bem condicionada fisicamente. O estado emocional também conta, pois o stress tem um efeito vaso constritor, prejudicando a circulação do sangue. Detalhes como não fumar, e uma boa dieta, facilitam na adaptação à altitude.

Existe também a memória fisiológica, como aponta o montanhista Tiaraju Fialho: "A memória fisiológica fica gravada no organismo, acelerando os processos fisiológicos de aclimatação de quem já esteve mais vezes em grandes altitudes. Lembro de uma entrevista do Kukuczka*, ao retornar da primeira invernal ao Kanchenjunga, na qual ele dizia que a melhor aclimatação era estar lá, sempre!"

*Jerzy Kukuczka, escalador polonês de alta montanha. Em 1987 se tornou o segundo homem depois de Reinhold Messner a ter escalado todas as montanhas com mais de 8000 metros do mundo. O alpinista morreu durante uma tentativa de escalar a face sul do Lhotse, no Nepal, em 24 de outubro de 1989, a uma altitude de cerca de 8200 metros.

(Webventure)


Fonte:
www.zone.com.br

www.gentedemontanha.com

http://mundoestranho.abril.com.br