O coração dispara, o pulmão fica sem ar... Parece paixão, mas é só a altitude
Acima de 8 mil metros
Nesta região, conhecida como zona da morte, o corpo humano, por mais aclimatado que esteja, morre aos poucos. O coração dispara para suprir a necessidade de ar, o que pode causar arritmia e até uma parada cardíaca. O aproveitamento do oxigênio cai para 30%
7 mil metros
Aqui, o frio é tão intenso - pode chegar a -70 ºC - e o ar tão seco que as partes internas do corpo (menos protegidas), como a laringe, correm o risco de congelar. A falta de oxigênio fica tão crítica que só pessoas muito habituadas conseguem ficar sem usar máscara de respiração
6 mil metros
Começa o risco de desidratação, pois a umidade e a pressão do ambiente são muito baixas. Com isso, a água é praticamente sugada do organismo. A radiação ultravioleta cresce 4% a cada 300 metros e pode provocar queimaduras até nas córneas
5 mil metros
Não existe povoação fixa no planeta depois dos 5 500 metros de altitude - isso porque ninguém é capaz de se adaptar a essa altitude durante todo o ano. O aproveitamento de oxigênio cai para 50% e a pessoa se sente como se estivesse com uma ressaca brava
Até 4 mil metros
Aos 3 mil metros, o organismo começa a reagir à falta de oxigênio no ar. É o que acontece com os moradores de La Paz (3?600 metros de altitude), que precisam mascar folhas de coca para suportar os efeitos da altitude: respiração mais acelerada e aumento da freqüência cardíaca
Cabeça nas nuvens
Do cérebro aos olhos, o corpo inteiro sofre nos picos
Olhos
A claridade, muito maior lá em cima, agride os olhos e pode provocar fadiga ocular ou cegueira momentânea. Ficar sem óculos de sol, nem pensar
Cérebro
O aumento da circulação sanguínea faz com que ele inche. Sem ter para onde se expandir, ele fica comprimido no crânio, o que causa dor de cabeça. A falta de O2 dá até alucinações
Paladar
A perda de líquidos desequilibra os sais do corpo, como o cloreto de sódio, e o paladar fica zoado. O alpinista pode perder o apetite e ter sintomas parecidos com os da anorexia
Tecidos
As áreas mais expostas são pés, mãos, dedos e nariz. O frio e o déficit de oxigênio podem matar esses tecidos - em alguns casos, é preciso amputá-los
Edemas
A pressão atmosférica mais baixa pode causar edemas pulmonares, cerebrais e oculares. Os vasos se rompem e os órgãos começam a acumular líquidos
Sangue
A freqüência cardíaca aumenta e mais glóbulos vermelhos, que transportam O2, são produzidos e vão para o sangue. Ele fica mais espesso, um problema para vasos mais finos
Pulmões
Quanto maior a altitude, menos denso o ar e menor a quantidade de O2. O ritmo com que buscamos ar aumenta e mais gás carbônico é eliminado, o que altera a acidez do sangue
(Lorena de Oliveira)
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São 3 as principais doenças de altitude que parecem estar ligadas umas às outras. De fato, são 3 coisas diferentes:
Sintomas do Mal de Montanha Agudo
Também chamado "soroche" em castelhano ou "AMS" em inglês, esta é a primeira das doenças que pode ser adquirida durante sua permanência em grandes altitudes. O Mal da Montanha é bem comum e pelo menos 60% dos escaladores passa por isso. A principal causa é uma má aclimatação. Se não tratado, o Mal de Montanha pode evoluir para um quadro pior como edema pulmonar ou cerebral.
O principal sintoma, é uma interminável dor de cabeça, que geralmente aparece à noite e acabará com seu sono. Falta de apetite, respiração estranha e cansaço virão em seguida.
Antes de utilizar comprimidos, tente simplesmente parar de subir e descansar. Se não houver melhora, aí sim, apele para as drogas ou comece a descer. Geralmente, uma noite a 400 metros de altitude a menos irá resolver o seu problema. Às vezes, a preguiça é agravada pelo Mal de Montanha e mais uma noite na mesma altitude pode ser grave. Já vi pessoas irem dormir com uma leve dor de cabeça e acordarem com edema pulmonar grave. Tenha bom senso, pois alguém terá que te ajudar a descer se o seu quadro for grave e isso colocará esse alguém em risco também.
Sintomas do Edema Pulmonar
É raro que um edema pulmonar agudo se desenvolva nos primeiros dias de estadia em altitudes superiores a 3500 metros. No entanto, há casos de edemas pulmonares após 2 dias de permanência nesta altitude. Isso vai depender de sua programação genética. Se você está lendo este texto, você provavelmente não sabe a que altitude você começa a se sentir mal, portanto, esteja atento aos sintomas:
Em casos de edema pulmonar, é observada uma tosse sem produção de secreções. Nos casos graves, uma espuma rosa é produzida. A respiração ficará extremamente pesada e desconfortável. Mesmo sem praticar atividades físicas, o ritmo respiratório estará com uma freqüência mais elevada que o normal. A freqüência cardíaca também ficará elevada sem a prática de exercícios. Em casos graves é possível escutar um "ruído" nos pulmões da vítima a cada inspiração e expiração. É comum que a ponta dos dedos e lábios ganhem um tom roxo.
Oxigênio engarrafado fará um bom trabalho nos pulmões da vítima, conecte esta no oxigênio a 6 lt/minuto. O tratamento de edemas pulmonares é um tanto simples: perder altitude. O problema é que às vezes a vítima não se encontra em condições de caminhar e é preciso carregá-la. Se for realmente preciso mantêr a vítima na mesma altitude até que um helicóptero chegue ou um resgate seja providenciado, é crucial que a vítima seja colocada numa câmera hiperbárica. É comum encontrar daquelas infláveis em acampamentos bases de montanhas movimentadas. A câmera hiperbárica inflável geralmente simula altitudes de 2000 metros inferiores da verdadeira. Isso é uma mão na roda para o doente, mas é horrível para a pessoa que fica do lado de fora bombeando ar constantemente com uma bomba. Vasodilatadores são usados no tratamento de edemas pulmonares.
Sintomas do Edema Cerebral
O edema é causado por fluído retido no cérebro e por conseqüência este acaba inchado. Das 3 doenças de altitude, esta é a que mata mais rápido e este é raro abaixo de 4000 metros de altitude. À primeira vista, uma pessoa com edema cerebral, parece estar bêbada. Os principais sintomas são náuseas, fortes dores de cabeça, vômitos, confusão mental, dificuldade na tomada de decisões, problemas com memória e eventualmente, coma e morte. Sem tratamento, imediato, um quadro de pré-edema cerebral, pode evoluir ao óbito em questão de horas. Neste caso, também devemos descer a vítima à altitudes inferiores. Se a descida não for possível, é necessário o tratamento com potentes esteróides para desinchar o cérebro. Assim como em casos de edema pulmonar, a vítima deveria ser tratada com oxigênio suplementar à razão de 6 lt/minuto.
(Gente de Montanha)
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(Webventure)
Fonte:
www.zone.com.br
www.gentedemontanha.com
http://mundoestranho.abril.com.br