Além do perigo do câncer de pele, que, é bom ressaltar, está presente o ano todo, há aqueles incômodos mais típicos das épocas quentes, como micoses e cloasmas (manchas amarronzadas que aparecem no rosto).
Os olhos também precisam de uma atenção, para você não terminar o verão com uma conjuntivite (que, nas épocas de calor, são comumente causadas por bactérias).
A preocupação maior é, é claro, o câncer de pele. Apesar de não ser uma "doença de verão", essa é a hora de se proteger. Não é em um único verão que você desenvolve a doença, mas o acúmulo de verões sem proteção são um grande fator de risco.
Câncer de pele
O que é?
É um tumor (crescimento desordenado de células) que ocorre na pele.
Como age
Existem três tipos de câncer de pele. O carcinoma basocelular é o mais freqüente (70% dos casos). Ele é mais comum após os 40 anos, em pessoas de pele clara. Seu surgimento está diretamente ligado à exposição solar cumulativa durante a vida. Apesar de não causar metástase (quando o câncer se espalha pelo corpo), pode destruir os tecidos à sua volta, atingindo até cartilagens e ossos. O carcinoma espinocelular é o segundo tipo mais comum e pode provocar metástase. Entre suas causas, além da exposição prolongada ao sol sem proteção estão o tabagismo, a exposição a substâncias químicas com arsênio e alcatrão e alterações na imunidade. O melanoma é o tipo mais perigoso, com alto potencial de produzir metástase. Pode levar à morte se não houver diagnóstico e tratamento precoces. É mais freqüente em pessoas de pele clara e sensível. Normalmente, inicia-se com uma mancha escura.
Sintomas
Os sinais mais comuns são mudanças na pele aparentemente inocentes, como uma ferida que não sara ou uma pequena lesão endurecida, brilhante ou avermelhada e pintas, sinais e verrugas que crescem ou mudam de cor. Os homens têm maior incidência no tronco, na cabeça ou no pescoço, enquanto que as mulheres geralmente a apresentam nos braços e nas pernas.
Como prevenir?
O câncer de pele costuma aparecer depois dos 35 anos e acontece após uma vida inteira de exposição ao sol. Por isso, proteger seu pele do sol desde a infância é a sua melhor arma (use sempre protetor solar, evite o uso de câmaras de bronzeamento artificial) . É preciso um cuidado ainda maior com as pessoas com o biótipo de risco: pele e olhos claros, sardas e antecedentes de câncer da pele (inclusive, na família).
A quem recorrer?
Se perceber algum sintoma, procure seu dermatologista.
(Lúcia Arruda, presidente da Soc. Brasileira de Dermatologia/SP)
Auto-exame de pele
O auto-exame de pele é um método simples para detectar precocemente o câncer de pele, incluindo o melanoma. Se diagnosticado e tratado enquanto o tumor ainda não invadiu profundamente a pele, o câncer de pele pode ser curado.
Quando fazer?
Ao fazer o auto-exame regularmente, você se familiarizará com a superfície normal da sua pele. É útil anotar as datas e a aparência da pele em cada exame.
O que procurar?
• Manchas pruriginosas (que coçam), descamativas ou que sangram;
• Sinais ou pintas que mudam de tamanho, forma ou cor;
• Feridas que não cicatrizam em 4 semanas;
• Deve-se ter em mente o ABCD da transformação de uma pinta em melanoma, como descrito abaixo:
- Assimetria - uma metade diferente da outra
-Bordas irregulares - contorno mal definido
- Cor variável - várias cores numa mesma lesão: preta, castanho, branca, avermelhada ou azul
- Diâmetro - maior que 6 mm
Como fazer?
1. Em frente a um espelho, com os braços levantados, examine seu corpo de frente, de costas e os lados direito e esquerdo;
2. Dobre os cotovelos e observe cuidadosamente as mãos, antebraços, braços e axilas;
3. Examine as partes da frente, detrás e dos lados das pernas além da região genital;
4. Sentado, examine atentamente a planta e o peito dos pés, assim como os entre os dedos;
5. Com o auxílio de um espelho de mão e de uma escova ou secador, examine o couro cabeludo, pescoço e orelhas;
6. Finalmente, ainda com auxílio do espelho de mão, examine as costas e as nádegas.
Inca (Inst. Nacional do Câncer)